Entrevista a Inês Lemos - Planificadora de FLOR SEM TEMPO
Para assinalar o arranque da nova produção SP Televisão, Flor sem Tempo, iremos apresentar-lhe, ao longo do mês Fevereiro, algumas das caras que trabalham diariamente para o resultado final, desde a autoria, aos produtores e realizadores, passando pelos atores e equipa técnica.
Desta vez, apresentamos-lhe Inês Lemos. A Inês é a planificadora do projeto Flor Sem Tempo. Ser planificador é sem dúvida uma função complexa, que visa otimizar ao máximo as semanas e os dias de trabalho das equipas, que trabalham todos os dias para produzir e realizar uma telenovela.
Fale-nos um pouco da sua carreira profissional.
Formei-me em Cinema e Comunicação Multimédia, na Universidade Lusófona. Em 2006, quando terminei o curso, ganhei uma bolsa atribuída pela Universidade que me permitiu estagiar em Barcelona, para a Fausto Producciones, onde fiquei a trabalhar por mais um ano, após o término do estágio. Mais tarde, regressei a Lisboa e tive a possibilidade de fazer alguns projetos em cinema, como assistente de realização. Mais tarde passei pela NBP e acabei por integrar-me como planificadora, na equipa da SP Televisão, em 2009.
A planificação em ficção é uma atividade fundamental, pouco conhecida do grande público. Em que consiste, concretamente?
A planificação é uma das etapas da produção, que tem como premissa pensar o projeto e cumpri-lo num período previamente estipulado. Este processo consiste na calendarização das gravações, de forma a rentabilizar todos os meios, equipas, décores e pessoas. Semanalmente, é elaborado o plano de gravações de duas equipas que trabalham em simultâneo. Esta calendarização tem como base inúmeras condicionantes e premissas a serem respeitadas, como a disponibilidade de atores, condições meteorológicas, limitações dos locais de gravação e timings de emissão. Apesar de ser um processo que visa antecipar os imprevistos, durante o processo de gravação vão surgindo condicionantes que obrigam a repensar e reformular a direção e a estratégia.
Como tem sido a sua experiência na nova novela “Flor sem Tempo”?
Está a ser um projeto diferente com algumas particularidades especiais, em termos de narrativa. Existe a componente aquática, passada em alto mar e com veleiros, que exige pensar as cenas com outro método de antecipação e visto que o projecto iniciou as gravações no Inverno, estamos sempre dependentes das condições meteorológicas, o que exige muitas alterações por vezes sem a antecipação ideal. No entanto, nem tudo são dificuldades, tendo em conta que a componente pandémica está controlada, é possível “viver” este projeto de uma forma mais pensada e tranquila.